segunda-feira, 4 de outubro de 2010

uma coluna sobre tudo o que aconteceu comigo

Olá gente, bom dia, eu hoje venho aqui para escrever uma coluna
sobre tudo o que aconteceu comigo no final de semana que seja relevante
que outras pessoas saibam. Olha que aconteceram bastante coisas.
Eu no sábado estava na casa de minha noiva, em São Gonçalo e tinha
de ir para o mercado juntamente com ela e minha sogra. Que programinha
de índio não?!?!?!?!?
Bem brincadeiras aparte, nós ficamos por volta de 30 minutos no
ponto do ônibus para pegar o 532 da empresa Mauá que liga as localidades
de Alcântara e Niterói. Porque ficamos tanto tempo? A explicação é
simples, não foi por falta de ônibus, aliás, isto tem até bastante. O
problema é que os motoristas não paravam no ponto para pegar-nos porque
eu e minha noiva somos cegos e logo temos direito a gratuidade.
Sabe como chegamos até o nosso destino??? De vã pirata, pois esta
parou e nos ofereceu irmos só tendo que pagar minha sogra. É caro
leitor, fui de vã pirata.
Quando estava no caminho eu fiquei refletindo a condição do cego.
Nós temos direito a gratuidade pelo fato de sermos deficientes, o que
até é explicado, pois se pararmos para pensar o volume de deficientes é
pequeno e a empresa não deve sentir no bolso, pois se pensarmos por um
outro ângulo, imaginem só o trabalho que daria para o cego ficar dando
dinheiro para o trocador e tendo que pegar troco, iria na minha opinião
atrapalhar mais do que dá lucro. Mas independente do que eu penso, temos
que continuar a análise. O cego então tem direito por ser cego. Beleza,
mas pensando na condição minha específica, que não sou uma pessoa que
ando muito, vejamos a quantidade de passes que eu teria que ter para
está realmente regular para transitar apenas pelas seguintes regiões:
Niterói, São Gonçalo e Rio de janeiro. Aqui vale um destaque, que estas
3 cidades são todas da região metropolitana do Rio.
POis bem, virão que são apenas 3 municípios, agora vamos para a
quantidade de passes. Somente na cidade do rio de janeiro, eu teria que
ter um passe para o metrô, um
para os ônibus que rodam dentro da cidade e um para o trem.
Até agora já foram 3. Vamos continuar. tinha de ter um para os
ônibus que ligam Rio Niterói e Rio são Gonçalo. UM para as barcas, um
para a cidade de são Gonçalo e um outro para a Cidade de Niterói.
Se eu não perdi as contas, são apenas sete passes. Agora alguém acha
que isto é razoável? Para que tenho que ter sete documentos que apenas
atestam que eu sou cego. Juro eu nào entendo, será que quando saio do
Rio de Janeiro, eu volto a enxergar? São coisas que eu esperaria que
alguém me explicasse e ou resolvesse.
Tudo bem, isto só foi um problema. No domingo eu fui votar lá na
zona eleitoral número 229 cessão 51. Quando cheguei para apertar meus
números, além da fila quilométrica que eu tive de enfrentar, quando
cheguei à minha urna, percebi que ela não tinha nada de adaptada a não
ser os números e teclas de função em braille. Mas o sistema de som,
nada. Como eu poderia ter certeza de que estava votando em que realmente
queria? Não tinha. A solução foi usar minha sobrinha de nove anos para
ler os votos para mim. Isto também é uma outra coisa que eu gostaria
que alguém resolvesse. Não vão querer me jogar para votar lá no Instituto
Benjamin Constant, pois ele é muito longe da minha casa e isto contraria
todas as regras eleitorais.

Agora como nem tudo na vida é espinhos, também temos flores, eu tive
que ouvir uma frase muito engraçada de um Flamenguista amigo meu.
Falando sobre a situação do Flamengo ele me disse:
-- A coisa lá na Gávea tá tão complicada que a galinha acabou
expulsando o galo.
Foi boa não foi?
Acho que por agora é só, depois conforme for, volto para encher mais
um pouquinho. Quero agradecer a quem tem lido este blog, pois já estou
querendo chegar a centésima visita.
Abraços e Fui

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