terça-feira, 16 de novembro de 2010

vejam mais um texto da série que eu queria ter escrito, mas infelizmente não

Eu já dei risada até a barriga doer, já nadei até
perder o fôlego, já
chorei
até dormir e acordei com o rosto desfigurado.
Já fiz cosquinha na minha irmã só pra ela parar de
chorar, já me queimei
brincando com vela. Eu já fiz bola de chiclete e
melequei todo o rosto,

conversei com o espelho, e até já brinquei de ser
bruxo.
Já quis ser astronauta, violonista, mágico, caçador
e trapezista..
Já me escondi atrás da cortina e esqueci os pés pra
fora.

Já passei trote por telefone, já tomei banho de
chuva e acabei me
viciando.
Já roubei beijo, já fiz confissões antes de dormir
num quarto escuro pro
melhor amigo. Já confundi sentimentos, peguei
atalho errado e continuo
andando pelo desconhecido.
Já raspei o fundo da panela de arroz carreteiro, já
me cortei fazendo a
barba apressado, já chorei ouvindo música no
ônibus. Já tentei esquecer
algumas pessoas, mas descobri que essas são as mais
difíceis de se
esquecer.
Já subi escondido no telhado pra tentar pegar
estrelas, já subi em
árvore
pra roubar fruta, já caí da escada de bunda.
Conheci a morte de perto e
agora anseio por viver cada dia.
Já fiz juras eternas, já escrevi no muro da escola,
já chorei sentado no
chão do banheiro, já fugi de casa pra sempre e
voltei no outro instante.
Já saí pra caminhar sem rumo, sem nada na cabeça,
ouvindo estrelas. Já
corri pra não deixar alguém chorando, já fiquei
sozinho no meio de mil
pessoas sentindo falta de uma só.
Já vi pôr-do-sol cor-de-rosa e alaranjado, já me
joguei na piscina sem
vontade de voltar, já bebi uísque até sentir
dormentes os meus lábios,


olhei a cidade de cima e mesmo assim não encontrei
meu lugar.
Já senti medo do escuro, já tremi de nervoso, já
quase morri de amor,
mas
renasci novamente pra ver o sorriso de alguém
especial.
Já acordei no meio da noite e fiquei com medo de

levantar. Já apostei
em
correr descalço na rua, já gritei de felicidade, já
roubei rosas num
enorme
jardim.
Já me apaixonei e achei que era para sempre, mas
sempre era um "para
sempre"
pela metade.
Já deitei na grama de madrugada e vi a Lua virar
Sol, já chorei por ver
amigos partindo, mas descobri que logo chegam
novos, e a vida é mesmo um
ir
e vir sem razão. Foram tantas coisas feitas,
momentos fotografados pelas
lentes da emoção, guardados num baú, chamado
coração.

E agora um formulário me interroga, me encosta na
parede e grita: "-
Qual
sua experiência?"

Essa pergunta ecoa no meu cérebro: "
Experiência...experiência..."
Será
que ser "plantador de sorrisos" é uma boa
experiência? Não!!! Talvez
eles
não saibam ainda colher sonhos!

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